terça-feira, 22 de outubro de 2013

Na Tchitaka



Começou de facto a época chuvosa aqui na Tchitaka.

Como havia um certo cepticismo se haveria de chover mesmo ou não, creio e, é normal que os terrenos para o cultivo não estejam em “prontidão combativa”. Assim, para se fazer um proveito a altura da demanda actual, impera ter um terreno preparado para receber sementes. 


Alguns procedimentos são costumeiros e básicos; daí não haver muito para se dizer! Mas, na minha teimosia chamo atenção a quem pretende produzir de facto, no sentido de ter um campo limpo (livre de arbustos e outros que inviabilizam o desenvolvimento das sementes), selecionar sementes de qualidade (aquelas que não apodrecem, capazes de desenvolver embora haja pouca ou excesso de água), para que a colheita seja abonatória ao celeiro das famílias e que, este sector (agricultura) contribua de facto para a diversificação da nossa economia, acomodada nos trocos do petróleo. 


Na Tchitaka, na nossa Tchitaka, há uma ânsia e expectativa dilacerante!

Aqui, o lavrador há muito tempo que perdeu o norte. Não lê o tempo, não lhe importa se há ou não chuva! Não prepara o terreno, nem tão pouco selecciona as sementes, simplesmente planta segundo os desígnios da sua consciência que, eu mesmo e os demais vizinhos já desconfiamos da sua sanidade. 

Ele ama as ervas daninhas, parece que há uma telepatia ancestral entre eles. Aplaude-as quando elas fatigam a horta dos outros, na maior das vezes a seu mando. E como ervas daninhas são mesmo daninhas, algumas vezes também decidem fatigar o dono da Tchitaka! 

Quando isso acontece, nós os vizinhos, assistimos um filme de comédia e terror! Sim, é comédia e terror puro, pois, o mandante percebe que as ervas daninhas cresceram, já não fazem nada sem  entrar em acção para benefício próprio com vista a elevar o seu ego, comprometendo assim a colheita; mas o dono da Tchitaka não faz nada, isola-se, não se desfaz das ervas daninhas, nem tão pouco limpa as plantas potencialmente produtoras; prefere estar no banzelo a ver a Tchitaka inundar-se, onde, as ervas daninhas começam a destruir-se entre si, todas querem ser a que mais fatiga. 

É terror Puro!


Mas se a chuva é de graça, porque não fazemos um proveito racional?


Pelo andar da carruagem, está mas mãos de Deus decidir se continua regar a Tchitaka mesmo sabendo que o dono da mesma perdeu o comando e por via disso a colheita está comprometida; ou então, o mesmo Deus, manda um outro dono para a Tchitaka. 

Um senhor que seja capaz de eliminar as ervas daninhas, limpar o campo, plantar ainda que seja tarde, a ver se no final colhe-se alguma coisa, e, nós os vizinhos da Tchitaka tenhamos um outro cardápio, uma outra dieta, outra rotina, outra visão e outra leitura do filme que nos é posto á vista.


Aqui há enxada, catanas, pás e variadíssimas sementes, só falta um Bom Dono da Tchitaka.


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