segunda-feira, 20 de maio de 2013

Familia Dilacerada pela pobreza é o "berço" do Crime e de "toda" insegurança!!!

NÃO É POSSÍVEL TER UMA SOCIEDADE SÃ, QUANDO HÁ FAMÍLIAS QUE VIVEM COM MENOS DE 100 KZ POR DIA.
NÃO É POSSÍVEL TER FAMÍLIAS QUE CONTRIBUAM PARA A MANUTENÇÃO DA PAZ, QUANDO AS MESMAS SÃO PROFUNDAMENTE ABALADAS PELA POBREZA.


No dia 15 de Maio, assinalou-se o dia internacional da família e, o ministério competente emitiu uma mensagem de encorajamento e reconhecimento as famílias.
Bem, penso que o que se precisa de facto é intervir, não só com politicas mas com acções que incidam directamente sobre o modo de viver das milhares de famílias em particular, e da família Angolano no geral.

Acho muito lindas e bem elaboradas as mensagens que têm servido para saudar a data, mas em contrapartida, é lenta demais a transferência do papel para a prática, das “promessas” que normalmente ficam nas entrelinhas destes discursos, se saem, são discriminatórias e injustas, pois, vemos pobres cada vez mais pobres e ricos cada vez mais abastados.

Essa atitude em si, periga grandemente a integridade dos próprios (poucos) ricos que temos. Em pouco tempo, em nada valerá ter seguranças treinados, muros altos ou carros “blindados”, porque quando a fome aperta, o arrojo apossa-se  do faminto, desatina a prudência e prevalece a lógica que, neste caso, será fazer o possível para ter parte do que está atrás dos muros altos, dentro dos carros blindados e estar ladeado com as familias que andam atrás dos seguranças. Pois, é na família onde estão os delinquentes!

É até certo ponto espantoso, mas com as enumeras excepções, há famílias que vivem do crime, não porque querem! É que, na maior parte das vezes, a sociedade (estado) não cria condições para que as famílias possam sustentar-se com dignidade nos demais variados sectores de produtividade.

Todos querem ser ricos, porque “só os ricos vivem bem”. As famílias perderam o foco, é urgente inverter o quadro (com programas e acções nas comunidades que estimulem o crescimento e desenvolvimento económico das famílias, dando oportunidades pares para as mesmas)! Caso contrário, não haverá famílias denunciando os seus entes, quando se perceber que há uma conduta ilícita. Deste modo, aumenta a insegurança, aumenta a dificuldade do trabalho da polícia, aumenta o número de detidos e aumentam as despesas sem retorno por parte do Estado.

E, como os polícias e outros agentes também têm famílias que, também são abaladas pela pobreza, isso, fará com que, na cadeia vá parar apenas pessoas que convêm la estar e não quem realmente tenha cometido um delito, pois, o teu filho, ainda que seja mau, sempre será uma “persona grata”.

Angola é um país especial, que, busca construir a nação, desiderato que só se atinge num clima de paz-calar das armas e paz-social (pão para todos), nesta construção os pedreiros são as famílias!

A sociedade (estado) tem de investir no homem, servindo-se dos recursos que o país tem para melhorar gradualmente a condição de vida das famílias, a medida em que crescem os anos de PAZ!

Pois, para mim, ter uma sociedade sadia com famílias dilaceradas pela guerra e hoje martirizadas pela grave desigualdade social que gera a pobreza, É UTOPIA!

Não é possível estarmos em harmonia, quando, no núcleo familiar, discutimos se denunciamos ou não o criminoso que nos sustenta… Quando vemos famílias que têm tudo e outras que têm nada.

Essa realidade revolta…


Onde anda a dignidade da pessoa que a Constituição Prevê?

Situação precária é a que os funcionários públicos que labutam fora do município do Huambo estão a passar, talvez, a única excepção sejam os funcionários do ministério da Justiça.

Começo por relatar a vida dos professores do primeiro ciclo, na sua “maioria” residentes do Huambo, que, com um salario mensal de 58.000,00 kz, fazem 750 km de distância por estrada mais seus riscos, para chegar até as terras de Ekukui e dar aulas.

O mesmo acontece com os trabalhadores da Administração Municipal, na sua “maioria” residentes do Huambo, percorrem a mesma distância durante a semana, para “justificar” o micro salario que auferem.

Fim do mesmo, contas feitas, 70% do salario fica nos taxistas!
Desesperados, “todos” perguntam: Assim estou a trabalhar para melhorar o quê? Quem é que se está a beneficiar com o meu esforço?

Perguntas a parte, os factos falam por si. O ridículo é ver o chefe de repartição ou director da escola que aufere um salario três vezes superior ao do coitado trabalhador dizer que, é melhor arranjares uma moradia por aqui! Cúmulo do egoísmo, falta de solidariedade, vontade institucional e política para resolver os problemas dos funcionários que no fundo é o povo!


Alguns funcionários em conversa na boleia, afirmaram:
- “Trabalhamos apenas para não dizerem que não fazemos nada… é trabalhar para encher o saco de quem já tem, enquanto o nosso saco continua a se tornar cada vez mais vazio.

A viagem é um grande risco, porque no dinheiro não chega e os taxistas andam apressadamente mal, procurando fazer o maior número de viagens possíveis durante o dia!

Não temos subsídios dignos de transporte, alimentação, risco de vida e isolamento ou deslocação… é uma pena, principalmente quando ouvimos pessoas de direito dizer que o país está a crescer, porque não é verdade, enquanto as pessoas deste país continuarem a regredir.

Estamos a perder saúde, oferecer o dinheiro aos taxistas e nós sobramos apenas com uma miséria que não chega para fazer absolutamente nada. O ministério não perde nada se comprar um autocarro, tal como os funcionários da justiça que dispõe de um para os transportar durante a semana.”


Em jogral, remataram os funcionários.
COM OS MEUS NERÓNIOS FRUSTRADOS ANALISEI E CONCLUIU QUE o mesmo acontece com os que trabalham nos municípios do Londuimbali, Ekunha, Ukuma, Longonjo, Tchinjenje, Mungo, Catchiungo e Tchicala Tcholoanga.

Os professores do Longonjo fazem a mesma distância, com uma margem mínima de erros de cálculo.
Os do Ucuma, Tchinjenje, Londuimbali e Mungo fazem uma distância maior.
Os da Ekuna e Catchiungo, fazem uma distância de aproximadamente 700 km por semana.
Os da Tchicala e Caála são os que menos “sofrem”, por fazerem a distância de 200 km por semana.

Estes são os que estão colocados nas sedes municipais, porque, os que andam nas comunas, estes estão ainda estão no tempo da EXPLORAÇÃO RAPACE, sem vias de acesso e sem comunicação durante a semana toda.

É difícil viver isso na primeira pessoa!

Não sei onde andam os empresários da nossa Província… com todo respeito pela família, acho que até hoje, o Huambo só teve um que, infelizmente já não faz parte do mundo dos vivos, sabem de quem falo.

O governo reabilitou as estradas intermunicipais, porque não investir em autocarros como aqueles que circulam em Luanda?

Os “mais atentos” vão crucificar-me e dizer que ando distraído, porque existem os BACATRAL. Aquilo serve para quê? Transportar prisioneiros ou pessoas que querem fazer esta Angola Crescer Mais e Distribuir Melhor?

Quando é que se vai respeitar a dignidade da pessoa humana que a Constituição da República prevê no seu ARTIGO 1.ºANGOLA É UMA REPÚBLICA SOBERANA E INDEPENDENTE, BASEADA NA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E NA VONTADE DO POVO ANGOLANO, QUE TEM COMO OBJECTIVO FUNDAMENTAL A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE LIVRE, JUSTA, DEMOCRÁTICA, SOLIDÁRIA, DE PAZ, IGUALDADE E PROGRESSO SOCIAL.

Bem, eu tenho a “felicidade” de ser testemunha ocular destes factos que em nada contribuem para o desenvolvimento de competências para criar sinergias com vista ao bem-estar de todos.

É realmente um perigo, ir e voltar de táxi!

É na verdade revoltante fazer contas no fim do mês e perceber que 70% do salario ficou no táxi!
É humilhante ver o silêncio e apatia de quem pode resolver o problema mas prefere exigir pontualidade e assiduidade, quando sabe que os funcionários não têm condições de fazer como ele quer!

É um dever de todos passar esta mensagem ao maior numero de pessoas para que, o coração de alguém se mova para deliberar sobre o assunto, comprando um Autocarro para os funcionários, o que por si só, contribuirá para o melhor desempenho das funções de cada um, como também o melhoramento do nível de vida Deles e das suas famílias.

Nas terras de Ekukui e Katiavala, estamos a analisar os factos…